* Alessandra Santos de Paula Enfermeira
Nesta segunda-feira (17), o Enfermeiro Alessandro Custódio Dias, formado pela UNIVIÇOSA, ministrou palestra sobre a atuação do profissional de Enfermagem na vigilância em saúde. A atividade é parte do projeto “Vivências na Enfermagem” que, neste semestre, oferece aos acadêmicos do primeiro período do Curso a oportunidade de aprendizagem complementar sobre os principais problemas de saúde da população brasileira.
Atual Coordenador da Vigilância em Saúde do Município de Teixeiras (MG), o enfermeiro destacou a importância de sua formação acadêmica como fator determinante na escolha da área de atuação. Disse que foi fundamental participar do GESEN (Grupo de Estudos em Enfermagem), na área de saúde publica, e lembrou o fato de ter sido monitor de Bioestatística.
Utilizando gráficos e fatos históricos de pandemias, Alessandro Custódio apresentou a importância da vigilância em saúde e como ela é realizada na política brasileira de saúde, enfatizando que a vigilância em saúde é reconhecida como uma nova área de atuação do enfermeiro.
Desde 1970, a Organização Mundial da Saúde expandiu a vigilância para incluir uma gama mais ampla de problemas de saúde pública. O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos desenvolveu o conceito amplo de vigilância em saúde pública, em 1992. No final do século XX, a vigilância em saúde pública foi reconhecida como uma das funções essenciais da saúde pública.
Com isso, as evoluções do conceito de saúde passaram de um enfoque de doença para um enfoque mais amplo de determinantes de saúde. As mudanças nas condições de saúde e doença ao longo do tempo levaram os sistemas de saúde a ampliar a aplicação da vigilância às doenças não transmissíveis, crônicas, fatores de risco e de condições de saúde positivas, tais como nutrição, crescimento e desenvolvimento, amamentação materna, saúde ocupacional e outros.
De acordo com documento da Organização Panamericana de Saúde, em termos práticos entende-se a vigilância como a observação sistemática e contínua da frequência, da distribuição e dos determinantes dos eventos de saúde e suas tendências na população. Todo sistema de vigilância deve estar amparado por um marco legal próprio do Estado que garanta a operação eficiente de tal sistema.
Esse conceito tem dois componentes práticos:
- A mensuração sistemática de problemas prioritários de saúde na população, o registro e a transmissão de dados.
- A comparação e interpretação de dados com o objetivo de detectar possíveis mudanças no estado de saúde da população e seu ambiente.
O enfermeiro, como coordenador, inclui ações de planejamento, organização, controle e avaliação das ações na promoção a saúde, a epidemiologia, a saúde do trabalhador, a vigilância ambiental, a vigilância sanitária, o programa de imunização, o programa de controle e combate a dengue, dentre outros.
* Especialista em UTI, Administração Hospitalar e Negócios da saúde; MBA em Gestão de Negócios; Mestre em Enfermagem. Professora de Graduação e Pós-Graduação na UNIVIÇOSA, responsável pelo projeto Vivências na Enfermagem