Brasileiros descobrem nova rota de síntese para medicamento contra colesterol alto

Brasileiros descobrem nova rota de síntese para medicamento contra colesterol alto
Publicado em 06 de abril de 2011

O colesterol, considerado como lípide, é um álcool não saturado indispensável na estrutura das membranas celulares, precursor de hormônios esteróides, ácidos biliares e vitamina D. Apesar de realizar funções importantes ao organismo, se torna nocivo quando em excesso e com elevada concentração no sangue.

Níveis altos de colesterol estão associados ao desenvolvimento de aterosclerose, acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio e outras doenças coronarianas. Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2004 e 2008 o índice de brasileiros que sofrem com hipercolesterolemia subiu de 18% para 25,4%. Esse é um dos motivos pelos quais a vendagem de atorvastatina (Lipitor), medicamento utilizado para reduzir os níveis plasmáticos de colesterol, atingiu o montante de R$ 23,4 bilhões em 2009. É o medicamento mais vendido no mundo.

Sabendo que a patente de proteção do medicamento vai expirar em junho deste ano, pesquisadores ligados ao INCT-INOVAR (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Fármacos e Medicamentos), com recursos do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e da FAPERJ (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) desenvolveram uma nova rota de síntese para a atorvastatina. A pesquisa foi conduzida e coordenada pelo pós-doutor em química e pesquisador do CNPq professor Luiz Carlos Dias. Essas inovações tecnológicas tornaram a rota de síntese da atorvastatina mais curta e eficiente e com grande potencial de transposição para a indústria farmacêutica nacional. A expectativa dos pesquisadores é que a rota sintética seja mais barata e gere menos resíduos. A intenção é disponibilizar para os pacientes um medicamento genérico produzido no Brasil, desde as matérias-primas básicas.

“A produção nacional de princípios ativos reduz o custo final dos medicamentos. No caso da atorvastatina, a disponibilização de matéria-prima para as indústrias farmacêuticas terá impacto positivo para o SUS e possibilitando o acesso ao medicamento para uma maior parcela da população”, comenta Ricardo Zatti, Gestor do Curso de Farmácia da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, mantida pela Univiçosa.


Fonte: https://academico.univicosa.com.br/uninoticias/acervo/6efbb2ce-86e1-4127-ace0-133e6e31b476