* Glauce Dias da Costa
Pesquisas apontam o aumento cada vez mais crescente de sobrepeso e obesidade em nossa população. Os noticiários demarcam esta situação com uma serie de reportagens que colocam em evidencia este quadro, bem como o comportamento da sociedade frente a esta questão.
Recentemente, um famoso noticiário brasileiro relatou que mães estão colocando seus bebês em dieta restritiva. Fiquei assustada, já que uma dieta restritiva, e que não leve em conta as necessidades do organismo, poderá ter efeitos desastrosos, especialmente para um bebê que necessita de um suporte adequado de nutrientes e energia para promover um adequado crescimento e desenvolvimento.
Verificam-se dois pontos importantes nesta noticia: primeiro, o crescimento da obesidade infantil, e, segundo, o comportamento destes pais. Acredito que as explicações para estes problemas estejam nas transformações socioculturais da alimentação vividas atualmente em nossa sociedade. Mudamos muito repentinamente nossos habitos alimentares, a globalização e a industrialização facilitaram o acesso e promoveram a diversificação alimentar. No entanto, a educação e orientação nutricional não acompanharam o ritmo crescente destas novas tecnologias, gerando um consumo exagerado de alimentos caloricos e pouco nutritivos.
Também tivemos a entrada da mulher no mercado de trabalho, o que gerou profundas modificações nas práticas alimentares domesticas com a consequente introdução precoce de alimentos caloricos para os bebês.
Infelizmente não entendemos ainda o que realmente é uma alimentação saudavel.Ela deve ser realizada de forma equilibrada e harmoniosa, buscando uma relação positiva com o alimento, desde bebê. O aumento da obesidade infantil deve nos levar a questionamentos para ajudar a sociedade a construir comportamentos que refaçam as práticas alimentares de forma a auxiliar as familias neste novo contexto de vida, sem prejudicar o crescimento e o desenvolvimento de nossas crianças.
* Supervisora de Estágio em Nutrição Social. Professora de “Nutrição e Dietética 2” e “Nutrição Social” no Curso de Nutrição da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, mantida pela Univiçosa