Grupos de médicos veterinários se dedicam ao resgate, tratamento e destinação de animais domésticos sobreviventes da tragédia provocada pelas chuvas deste início de ano na região serrana do Rio de Janeiro. Uma dessas equipes trabalha em Nova Friburgo e conta com a participação do ex-professor Gabriel Domingos Carvalho, que até o ano passado atuou no Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, mantido pela Univiçosa. Além de Gabriel, também compõem a equipe a médica veterinária Carla Sassi, graduada pela Univiçosa e o acadêmico Arthur Nascimento. Gabriel é professor do IFNMG, Salinas (Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus Salinas). Sassi presta serviços ao Instituto Ecológico Búzios Mata Atlântica. Arthur é aluno do sétimo período de Medicina Veterinária da Univiçosa.
A equipe partiu com recursos próprios e algumas doações, e contava com um carro de passeio e um caminhão baú com material cirúrgico, medicamentos e ração para cães, gatos, aves e cavalos, além de água, mantimentos e roupas para serem distribuídos a população. A chegada ao local atingido foi no dia 16 de janeiro, quatro dias após a catástrofe que destruiu grande parte da cidade. Alguns bairros foram totalmente destruídos e havia vários animais desabrigados, assim como as famílias que perderam as suas casas. Outra situação era a dos animais abandonados. Alguns desses animais estavam sendo tratados por vizinhos ou familiares dos mortos. Vários animais foram abandonados, deixados dentro das casas, entre os escombros ou, ainda, isolados, amarrados em lajes, terraços ou quintais.
O resgate dos animais contou também com a participação de Médicos Veterinários de Nova Friburgo, voluntários e veículos da Marinha do Brasil, Bombeiros, Polícia Florestal e INEA (Instituto Estadual do Ambiente – RJ).
Os animais resgatados foram levados para o abrigo improvisado pela Coordenadoria de Bem Estar Animal da Prefeitura Municipal de Nova Friburgo, onde permanecerão até a cidade retomar a normalidade, quando poderão ser retirados pelos proprietários ou encaminhados para adoção.
São mais de 50 cães e 20 gatos, além de um coelho, uma chinchila, um ramnster chinês e uma coruja buraqueira. Também foram atendidos alguns porcos, galinhas, patos, equinos, bovinos e caprinos. Depois de examinados clinicamente, foram medicados, vermifugados e alimentados. Aqueles que necessitavam de algum procedimento cirúrgico eram encaminhados para a equipe de cirurgiões e anestesistas da UENF (Universidade Estadual do Norte Fluminense), que estavam atendendo no hospital veterinário improvisado no abrigo.
Também houve atendimento em um abrigo de cães que, com o desmoronamento, teve cinco canis soterrados. Neste abrigo mantido pela ONG Comina, os animais receberam o mesmo tipo de atendimento.