Luciana Marques Cardoso: Nutricionista, Mestre e Doutora em Bioquimica e professora do Curso de Nutrição da Univiçosa
O DHA (ácido docosahexaenóico) é o principal tipo de ômega-3 e traz benefícios para a saúde ao longo de toda a vida, que vão desde o desenvolvimento das estruturas do cérebro e da retina do feto, a partir da gestação, até a prevenção do declínio cognitivo na fase adulta.
Desde 2007, a Comissão Europeia de Pesquisa para Recomendações Lipídicas orienta que as gestantes e as mulheres que estão amamentando consumam 200mg de DHA/dia. Essa quantidade garantiria o depósito adequado de DHA no cérebro e em tecidos do recém-nascido durante os períodos críticos de desenvolvimento.
No final de setembro de 2014, a Associação Brasileira de Nutrologia lançou um consenso para padronizar as recomendações em relação ao consumo e à suplementação de DHA durante a gestação, lactação e infância.
Para a ingestão desse nutriente, o consenso recomenda uma suplementação de 200mg de DHA/dia na gestação, principalmente nos dois últimos trimestres, independentemente se a fonte for por meio de peixes ou por suplementos de DHA. Existe também a preocupação do uso de peixes de maneira criteriosa, uma vez que existem riscos de contaminação com metais pesados, e também a possibilidade dos animais que foram criados em cativeiro apresentarem um baixo teor de DHA.
Segundo a FDA (Food and Drug Administration), as mulheres conseguem atingir a recomendação desse ácido graxo consumindo duas porções de peixes por semana, como sardinha, salmão, atum, cavala e truta, que são peixes com altos teores desse ácido graxo. As gestantes e nutrizes (mulheres que estão amamentando) devem evitar outras espécies de peixes, como o peixe-espada, o tubarão, o arenque e o cação, pois estes peixes vivem em regiões mais profundas e podem conter quantidades significantes de metais pesados, como o mercúrio.