Ricardo Antônio Zatti: Farmacêutico, Mestre em “Ciências Farmacêuticas”. Gestor do Curso de Farmácia da UNIVIÇOSA
A higiene pessoal faz parte das preocupações diárias das pessoas. Dentre os vários produtos de higiene pessoal, os desodorantes e antiperspirantes são considerados essenciais desde o início do Século XX. Apesar de polêmico, o uso de alguns desodorantes, especialmente daqueles à base de alumínio, está sendo associados ao aparecimento de casos de câncer.
Com a finalidade de controlar o odor proveniente das axilas, os derivados do alumínio são as substâncias mais amplamente utilizadas em formulações antiperspirantes.
O alumínio atua diminuindo a quantidade de secreção das glândulas sudoríparas e evita os efeitos desagradáveis do suor. É um dos elementos químicos mais abundantes na natureza, entretanto, em organismos biológicos, só está presente em pequenas quantidades e não possui qualquer papel dietético ou farmacológico.
Por não apresentar atividade biológica específica, vários pesquisadores estão relacionando efeitos tóxicos do alumínio no organismo. Uma dessas teorias associa o aumento da incidência de câncer de mama em homens e mulheres ao uso desodorantes à base derivados do alumínio.
Pesquisadores americanos realizaram estudos através de biópsias obtidas de pacientes com câncer de mama e verificaram a presença de quantidades expressivas de alumínio em amostras de diferentes regiões das mamas e maiores quantidades deste metal em amostras da região exterior das mamas (região mais próxima às axilas).
Apesar das pesquisas estarem em andamento e não serem conclusivas ainda, os pesquisadores recomendam a substituição de desodorantes a base de derivados de alumínio por outros que não contenham esse metal em sua formulação. Geralmente, os desodorantes que apresentam efeitos prolongados (em média de 24h) possuem grandes concentrações deste componente e devem ser evitados.