Qual será a alimentação ideal para o meu bebê

Qual será a alimentação ideal para o meu bebê
Publicado em 31 de julho de 2014

Alimentação do recém-nascido merece cuidado especial (Foto: Stock Photos)

Vanísia Cordeiro Dias: nutricionista, mestre em Ciência da Nutrição. Professora do curso de Nutrição da Univiçosa

O recém-nascido necessita de cuidados especiais e de uma nutrição adequada. O início da vida é um período de crescimento e desenvolvimento rápido, além de constituir a fase de maturação de órgãos, principalmente do trato gastrintestinal, dos rins e sistema imunológico. Por isso, é importante garantir nutrientes de forma quantitativa e qualitativamente suficientes.

Sabe-se que o leite materno é capaz de suprir as necessidades nutricionais, psicológicas (vínculo mãe-filho), além de conter substâncias com atividades protetoras e imunomoduladoras, sendo, portanto, o melhor alimento para o lactente. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), todas as crianças devem ser alimentadas exclusivamente com leite materno até os seis meses, quando deve iniciar a alimentação complementar, porém é de extrema importância que o leite materno seja mantido até os dois anos ou mais. Apesar do reconhecimento de que o aleitamento materno é fator redutor da morbimortalidade infantil e uma questão de sobrevivência para a maioria das crianças, principalmente nos países em desenvolvimento, o desmame precoce ainda é uma realidade no Brasil.

O leite de vaca é uma opção erroneamente muito utilizada, sendo totalmente contraindicado para menores de um ano por não ser adequado às condições fisiológicas do bebê, não fornecer os nutrientes em proporções adequadas e aumentar o risco de alergias. Dentre as principais desvantagens do leite de vaca está o baixo teor de ferro e vitamina C, que podem tornar a criança anêmica e susceptível a infecções. Lactentes que consomem o produto podem apresentar perdas de sangue nas fezes aumentadas, provavelmente devido a sua maior osmolaridade e carga protéica. Esta perda de sangue também contribui para a maior prevalência de anemia.

O leite de vaca possui concentração elevada de proteína, fósforo, sódio, potássio e cloreto, o que altera o metabolismo da criança, deixando-a mais vulnerável à desidratação, além de sobrecarregar a sua função renal. Sua elevada concentração de solutos leva a um aumento da carga metabólica nos rins, que não estão totalmente desenvolvidos no lactente. Além disso, o seu teor de sódio pode ultrapassar em 500mg o total diário recomendado para lactentes. O teor de sódio do leite de vaca integral varia de marca para marca, mas podem chegar a 42mg/100ml. O produto possui baixo teor de ácido graxo linoléico que é um óleo essencial para a manutenção das estruturas celulares e para as funções normais dos tecidos. A deficiência do ácido linoléico leva ao crescimento inadequado, perda de peso e alterações na pele, mas a grande preocupação é o comprometimento do desenvolvimento neurológico, com danos irreversíveis.

O risco de aparecimento de alergia às proteínas aumenta com o uso do leite. Sabe-se também que a caseína é a proteína predominante, sendo de difícil digestão.

Portanto, caso não seja possível amamentar, a nutrição adequada para o lactente consiste no uso de fórmulas infantis.


Fonte: https://academico.univicosa.com.br/uninoticias/acervo/49a0b829-c063-4996-b523-848bdf4cf878