A água e o campo

A água e o campo
Publicado em 18 de junho de 2014

Foto: Stock Photos

Cristiane Pires Sampaio: Engenheira Agrícola, Mestre e Doutora em Pré-Processamento de Produtos Agrícolas. Gestora do curso de Gestão Ambiental da UNIVIÇOSA

A seca deste ano, uma das piores desde 1961, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), jogou por terra a crença brasileira de que a água doce é um bem infindável. Não é. Água acaba. Rios e córregos secam. Barragens viram lamas. Assim, como bem finito, a água deve ser gerenciada como um tesouro cada vez mais escasso, do qual depende a sobrevivência humana e importantes atividades produtivas. Com a seca, a produção de grãos no estado teve queda média de 6,33% de janeiro a março, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Minas Gerais, até então considerada a caixa d’água do país, vive hoje um cenário de conflitos por água em várias bacias hidrográficas, como as do Alto Paranaíba, Araguari e Paracatu. Nessas bacias, a demanda (outorga pelo uso de água), gerenciada pelo Igam (Instituto Mineiro de Gestão das águas), já é maior do que a disponibilidade hídrica. Há locais com empreendimentos que exigem o rebaixamento do nível do lençol freático, podendo comprometer nascentes, e a devolução dessa água ocorre muitas vezes em qualidade imprópria. Em várias regiões do estado, a disputa pela água coloca o consumo humano em conflito com os demais usos múltiplos, como geração energética, mineração, indústrias e irrigação.

Tudo isso mostra que, a partir de agora — e mais do que nunca–, sociedade, governos, instituições públicas e setores produtivos precisam intensificar a prática de uma gestão eficiente e constante da água, antes que seja tarde demais.


Fonte: https://academico.univicosa.com.br/uninoticias/acervo/39f57bd8-af95-40b0-b5db-ae6370841bbc