Cabelos lisos e sem riscos para a saúde

Cabelos lisos e sem riscos para a saúde
Publicado em 08 de outubro de 2013

Cabelos lisos são padrão mundial de beleza (Foto: Stock Photos)

Ricardo Antônio Zatti: Farmacêutico, Mestre em “Ciências Farmacêuticas”. Gestor do Curso de Farmácia da Univiçosa/Esuv

Cabelos lisos são considerados padrão de beleza no Brasil e em várias outras partes do mundo. Por este motivo várias pessoas procuram tratamentos físicos e químicos para o alisamento. Entretanto, alguns destes procedimentos podem provocar danos aos cabelos e à saúde. As técnicas utilizadas atualmente incluem escova progressiva, chapinha, escova definitiva, relaxamento capilar e recondicionamento térmico. Todos estes procedimentos exigem a aplicação de um produto químico seguido de ações mecânicas.

O cabelo é constituído basicamente pela proteína alfa-queratina, formada por 15 aminoácidos diferentes que se repetem e interagem entre si. São essas ligações intermoleculares que definem o tipo de configuração dos cabelos e forma como se apresentam (lisos ou encaracolados). A proteína alfa-queratina é rica em enxofre e as interações dos aminoácidos de sua composição ocorrem através de ligações do tipo pontes de hidrogênio e pontes cistínicas, presentes na queratina. Um dos aminoácidos presentes na queratina é a cisteína, responsável por estas ligações cistínicas.

A interconvenção entre as formas oxidadas e reduzidas da cisteína é que permite aos esteticistas alisar um cabelo crespo ou ondular um cabelo liso.

Em relação aos agentes responsáveis pelo alisamento dos cabelos, as técnicas podem ser dividas em três procedimentos: alisamentos convencionais com a utilização de hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, hidróxido de cálcio, carbonato de guanidina e tioglicolato de amônia; alisamentos a base de trietanolamina; e as escovas progressivas com utilização de formol e glutaraldeído. Esta última está proibida no Brasil.

O uso de formol como alisante capilar está proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária desde 2009, em função da toxicidade deste agente químico. Usuários e profissionais podem ter danos com a utilização deste produto: irritação do couro cabeludo, coceira, queimadura, descamação e vermelhidão, queda de cabelo, lacrimejamento, falta de ar, tosse e ardência das vias respiratórias em função do contato com o formol ou seu vapor, dentre outras reações.

Em função da toxicidade do formol e também do glutaraldeído, a recomendação é o alisamento com procedimentos que não utilizam estes agentes químicos e nem outros que também são agressivos aos fios de cabelo e ao couro cabeludo. No mercado existem várias alternativas seguras e de alta perfomance, dentre quais a “escova de cisteína”, técnica baseada na reação de oxidação e redução dos componentes da fibra capilar com a utilização do aminoácido natural cisteína. Os principais compostos desta escova são a L-Cisteína Anidra, que faz papel de agente redutor, e o Peróxido de Hidrogênio que é o agente neutralizante.


Fonte: https://academico.univicosa.com.br/uninoticias/acervo/3809b8ee-b718-4cf7-ac6a-e21d3ccd3ed6