Juliana Rocha Reis. Enfermeira, Especialista em Neonatalogia Intensiva
O recém-nascido prematuro, ou seja, aquele que apresenta idade gestacional menor que 37 semanas, requer cuidados especiais. A mortalidade neonatal vem diminuindo à medida que novas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais vem sendo construídas com instalações tecnológicas modernas e especializadas. Nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, os recursos intensivos neonatais são escassos, comprometendo a adaptação extra-uterina do prematuro que apresenta imaturidade dos seus órgãos e sistemas. Diversas são as causas tanto sociais quanto de saúde para o nascimento prematuro como desestrutura familiar, uso de drogas, desnutrição e/ ou hipertensão materna, violência doméstica, doenças sexualmente transmissíveis, diabetes gestacional, gestação gemelar, idade menor que 21 e maior que 36 anos, dentre outras.
A equipe de Enfermagem que assiste o recém nascido prematuro requer habilidades técnicas e emocionais ao seu cuidado e, também, da sua família. O estabelecimento do vínculo e apego entre mãe e filho pode ficar prejudicado comprometendo o relacionamento familiar no futuro. Estudos indicam que esse vínculo afetivo é construído desde o período gestacional sendo importante mantê-lo nos momentos iniciais da vida pós-natal. O que ocorre é uma adaptação para toda a família ao cenário em que o filho prematuro se encontra: incubadoras, monitores, aparelhos para administração de medicamentos e respiradores, luzes para tratamento, enfim, uma rotina diferente por ela esperada.
A inserção da família nos cuidados básicos diretos — higiene, alimentação/amamentação — dependendo da condição clínica do bebê, contribui para o fortalecimento do vínculo entre eles fazendo com que se sintam ativos na rotina da vida do filho prematuro. A Enfermagem, utilizando do tratamento terapêutico, ou seja, envolvendo a família nos cuidados diários ao pré-termo, proporciona condições de acolhimento, apego e carinho que favorecerão na recuperação do neonato prematuro.