Adriana Maria Patarroyo Vargas: Farmacêutica, Mestre em Bioquímica. Professora do Curso de Farmácia da Univiçosa
Provavelmente todo mundo já ouviu falar em “recall” de carro. Isso acontece quando algum defeito ou um possível problema é detectado no produto e os proprietários são convocados a levarem o carro para ajustes.
Da mesma forma que um carro pode sofrer um desvio de qualidade, um medicamento também está passível desse mal. No entanto, nas indústrias farmacêuticas um desvio de qualidade está diretamente ligado à saúde do paciente podendo causar danos graves.
Recentemente, o Laboratório Teuto Brasileiro divulgou nota informando sobre o recolhimento de cinco medicamentos: cetoconazol, amitriptilina, paracetamol, nistatina e atorvastatina sódica. Em todos eles foram identificados erros e trocas de embalagens, além de possível presença de material metálico nos comprimidos.
O erro foi detectado por um consumidor que denunciou o fato à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A responsabilidade do produtor após essa denúncia é recolher todos os lotes que possam apresentar os defeitos e divulgar amplamente o recolhimento desses produtos. O laboratório de controle de qualidade da empresa e outro designado pela Anvisa realizarão análises nos produtos recolhidos para verificar se os desvios de qualidade são pertinentes.
Dos resultados obtidos, a agência reguladora determinará quais serão as sanções cabíveis para a empresa devido aos riscos causados à saúde humana. O fato é que sofrendo penalizações ou não, é responsabilidade da indústria farmacêutica zelar pela qualidade e segurança do produto.