Ângela Figueira, Psicóloga, Gestora do Curso de Psicologia da Univiçosa/Esuv; Professora Renata Gomide, Psicóloga, Coordenadora do Ciclo de Palestras
Nesta quinta-feira (21), a psicóloga psicodramatista Dolores Maria Pena Solléro foi a conferencista do III Ciclo de Palestras da Psicologia. Dolores Solléro apresentou discussão sobre “A função da espontaneidade–criatividade no desempenho do papel de terapeuta - e qual é a função do Terapeuta?”
Dolores sustenta que o papel do terapeuta delineia o cuidado, a facilitação e a transformação para o bem viver e conviver (viver com). Falou da importância da espontaneidade-criatividade na vida da pessoa, pois a partir desta conjugação o indivíduo revela-se por meio da criação e da recriação. O ato do nascimento é o primeiro ato espontâneo do indivíduo, em que o choro do bebê inaugura a sua capacidade de adaptação ao novo; com o passar dos anos, esta espontaneidade é progressivamente cerceada, e isso acontece especialmente pela própria educação. Cabe ao indivíduo adulto resgatá-la, ao tomar consciência da riqueza deste recurso para a sua expressão e realização.
Ser espontâneo é colocar-se no e para o mundo em contínuo movimento, num constante vir a ser, numa atitude de abertura, sendo capaz de adaptar-se a cada momento, aqui e agora, respondendo com originalidade e criando novas possibilidades para compreender e compreender-se inteiro e inteirado, de acordo com Dolores. A espontaneidade é usada como referencial para a saúde emocional e psíquica, na perspectiva da saúde integral; o homem saudável é aquele capaz de criar. É a criatividade que permitirá a inovação constante para, então, evitar-se a estagnação contida nos modelos e nas rotinas automáticas (sem consciência). Através da criatividade podem-se criar respostas novas para problemas antigos, resultando em soluções.
Verdadeiramente, ninguém tem o poder de mudar outra pessoa, ao mesmo tempo em que, às vezes, é difícil uma mudança sem ajuda do outro. Este, que pode ser a figura do terapeuta, tem a finalidade de integrar, aproximar, incluir e harmonizar por meio de sua escuta, visão e compreensão do momento que o cliente vivencia. Torna-se fundamental que o terapeuta seja uma pessoa espontânea e criativa, para que tenha condições em auxiliar o seu cliente a (re)vivenciar a espontaneidade e criatividade latente em sua vida, para que, a partir daí, encontre suas soluções e realize descobertas.