Importância da Psicologia no tratamento oncológico

Importância da Psicologia no tratamento oncológico
Publicado em 11 de setembro de 2015

A Psicologia tem importante papel no tratamento oncológico, é crescente a demanda existente nessa área.

Maria Tereza Brandi: Psicóloga, Professora e Supervisora de Estágio do curso de Psicologia. Mestra em Saúde e Especialista em Psicologia Hospitalar

A oncologia é uma área de grande demanda, pois segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o câncer é a segunda maior causa de mortes no Brasil. Ele pode aparecer nos mais variados locais do corpo humano.

A Psicologia tem importante papel no tratamento oncológico, é crescente a demanda existente nessa área. O atendimento a pacientes oncológicos é de vital importância e ocorre das mais variadas formas, uma vez que, depende da política de cada instituição. Pode fazer parte do trabalho do Psicólogo:

  • O paciente passa pela primeira entrevista (anamnese). Neste primeiro encontro o psicólogo faz um levantamento das condições mentais e emocionais do paciente e do acompanhante.
  • Este mesmo paciente é atendido uma vez por mês pela psicóloga.
  • Caso o paciente ou familiar manifeste ou demande outros atendimentos, além do mensal, e havendo disponibilidade a profissional oferece o suporte necessário.
  • Há casos em que o psicólogo comunica aos familiares o óbito do paciente, uma vez que os médicos não se encontram na instituição.
  • Ultimamente outros profissionais que compõe a equipe multidisciplinar do setor da oncologia como (Médico, Enfermeira, Nutricionista e Fisioterapeuta) tem solicitado com mais frequência o suporte psicológico para seus pacientes. Isso tem ocorrido quando entendem que os sintomas vão além dos aspectos físico ou biológico.

Assim, o principal objetivo da Psicologia Hospitalar é a subjetividade, pois enquanto sujeitos todos nós temos nossas marcas, nossas histórias e nosso passado. E a maneira como cada um irá enfrentar seu adoecer é única, isto devido a sua subjetividade. E é a partir daí que poderemos escutar o sujeito adoentado falar de si, da doença, da vida ou da morte, do que pensa, do que sente, do que teme, do que deseja, do que ele quiser falar.

É importante compreender ainda, que a Psicologia Hospitalar não deve ser colocada no contexto hospitalar como uma força solitária. Deve, acima de tudo, colaborar, promover a humanização e a transformação social no ambiente hospitalar sem ficar preso somente às teorizações que isolam os conflitos mais amplos.

É pelas palavras que o psicólogo faz seu trabalho de tratar os aspectos psicológicos em torno do adoecimento. Psicologia não é medicina, na cena hospitalar as duas se aproximam bastante, articulam-se coexistem, tratam do mesmo paciente, mas não se confundem, já que possuem objetos, métodos e propósitos diferentes: a filosofia da medicina é curar doenças e salvar vidas, enquanto que a filosofia da psicologia hospitalar é reposicionar o sujeito em relação a sua doença.

Enquanto a medicina visa curar a patologia, a psicologia hospitalar buscar ressignificar a posição do sujeito frente à doença. Sua atuação não abrange somente a hospitalização em si, no que tange a patologia, mas, sobretudo, as sequelas e consequências emocionais decorrentes do adoecimento.

O psicólogo hospitalar deve oferecer aos pacientes e aos acompanhantes/familiares uma breve, mas, eficaz oportunidade para falarem sobre seus medos, conflitos e angústia, promovendo deste modo, quando aceitável um alívio e um conforto. Nessa perspectiva o psicólogo atua de modo preventivo evitando o agravamento do problema.


Fonte: https://academico.univicosa.com.br/uninoticias/acervo/280851df-7ee0-4bb7-ab1b-cc8aee39f533