Ricardo Antônio Zatti: Farmacêutico, Mestre em “Ciências Farmacêuticas”. Gestor do Curso de Farmácia da UNIVIÇOSA/ESUV
Estima-se que no Brasil mais de 500 mil novos casos de câncer surjam a cada ano. Os tipos mais comuns são os cânceres de pele não melanoma, próstata, mama, cólon e reto, pulmão, útero e estômago. Felizmente, o índice de cura está cada vez maior, principalmente em função dos tratamentos quimioterápicos. A quimioterapia (ou quimioterapia antiblástica) é um tratamento medicamentoso que utiliza compostos químicos, denominados antineoplásicos ou fármacos quimioterápicos, para tratamento e cura do câncer.
Em média, 80% dos pacientes em tratamento quimioterápico experimentam náusea e vômito induzidos pelos antineoplásicos. Estes efeitos indesejáveis ocorrem em função do mecanismo de ação dos fármacos e, se não tratados adequadamente, podem resultar em alteração do estado nutricional do paciente e comprometer a adesão ao tratamento. O grau, a intensidade e a duração das náuseas e dos vômitos dependem do tipo de antineoplásico escolhido no esquema terapêutico. Cisplatina é o principal exemplo de antineoplásico com potencial emetogênico (causador de náuseas e vômitos).
Para alívio destes sintomas indesejáveis já se encontra disponível o antiemético ondasetrona, muito eficaz no alívio das náuseas. Entretanto, os protocolos atuais sugerem, além da ondasetrona, a utilização de outros dois fármacos adjuvantes: a dexametasona e o Fosapreptano, recém-chegado ao mercado farmacêutico.
O Fosapreptano é um potente antiemético administrado por via injetável no primeiro dia da quimioterapia. É um fármaco antagonista do receptor de neuroquinina. O bloqueio deste receptor reduz as náuseas e vômitos induzidos pelos antineoplásicos e seu efeito permanece por até 5 dias após a administração (principal período no qual se observam efeitos gastrintestinais indesejáveis da quimioterapia). A expectativa é que este novo medicamento alivie os efeitos colaterais dos quimioterápicos.