Alunos de Gestão Ambiental da Univiçosa realizam visita técnica à Serra de São Geraldo

Alunos de Gestão Ambiental da Univiçosa realizam visita técnica à Serra de São Geraldo
Publicado em 01 de abril de 2015

Professor Marcelo Libanio (de chapeu) com os alunos Daniel, Daniela, Marcel, Denise e Pedro. Ao fundo, o Vale do Rio Paraíba do Sul

Neste sábado (28/3), alunos da disciplina “Análises Geo-ambientais”, do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental da Univiçosa, realizaram visita técnica à Serra de São Geraldo para conhecer de perto as características geológicas e o processo erosivo que afeta o local há anos. A visita foi conduzida pelo Professor Marcelo Libanio.

A Serra de São Geraldo está localizada na Zona da Mata de Minas Gerais e sua morfologia corresponde a uma escarpa de 450 metros de altura média, com frente voltada para a bacia do Rio Paraíba do Sul. A crista dessa escarpa, ao longo de quase toda a sua extensão, é paralela ao interflúvio que divide as bacias dos rios Doce e Paraíba do Sul. O planalto de Viçosa se inicia na escarpa da Serra de São Geraldo, entre Coimbra e São Geraldo, com vertente d’água no sentido da Bacia Hidrográfica do Rio Doce e seus afluentes.

O perfil geológico dessa região é formado por uma camada de solo argilo-arenoso, variando sua espessura entre 1,5 a 2,5 m e uma camada de solo silte-arenoso a areia-siltosa, com espessura variando entre 8,0 e 14,0 m. Mais abaixo encontrou-se uma alteração de rocha com características marcantes da rocha de origem, o gnaisse.

O solo superficial (coluvionar) da Serra de São Geraldo é resistente à erosão, porém, o solo logo abaixo dessa camada é formado basicamente de silte e areia, característica que o faz ser susceptível ao processo erosivo.

O principal fator que deflagrou o desenvolvimento da voçoroca na área foi o lançamento da drenagem superficial da Rodovia BR-120, que concentrou as águas pluviais, gerando grande aumento da energia cinética no fluxo superficial, capaz de erodir a camada superficial de solo, que mantinha em equilíbrio entre o sistema biótico e abiótico da Área (fotos 2 e 3).

Vale citar, ainda, o processo causado por erosão constante ao longo do tempo no qual chuva e vento decompõem e removem as rochas mais superficiais, descobrindo o terreno que está embaixo. É o fenômeno conhecido como denudação. É como se a superfície da região fosse paulatinamente perdida, deixando exposta a rocha do subsolo. Foi realizado um estudo, com objetivo de quantificar, ao longo do último milhão de anos, o processo acima descrito, de denudação. Os resultados indicam que este processo é um fenômeno de causas múltiplas que pode ocorrer em ritmos que variam de uma região para outra, mas que ainda se encontra em curso.

O que chamou a atenção durante a visita, que oferece uma vista espetacular da Bacia do Rio Xopotó, sendo possível avistar o Vale do Rio Paraíba do Sul, é que o processo erosivo continua destruindo as encostas com um colapsamento das Bermas de Equilíbrio (cortes laterais aos taludes para equilibrar o peso exercido pelo maciço sobre o aterro principal, visando impedir a erosão de solos moles) com o rompimento das estruturas de drenagem que garantiriam o escoamento da água de chuva e a estabilização do corte. É preciso manutenção dessas estruturas para que não se rompam definitivamente e garantir a durabilidade das obras realizadas com dinheiro público e o direito de ir e vir dos cidadãos.


Fonte: https://academico.univicosa.com.br/uninoticias/acervo/1d16a46d-b080-47a1-ac65-1ea3ec52bc39