Raquel Moreira Maduro de Carvalho: Química, Mestre e Doutora em Engenharia Química. Professora dos cursos de Engenharia Química e Engenharia Ambiental da Univiçosa.
Estudos indicam que a história da formação do petróleo é muito complexa, porém, sua formação começa sempre com depósitos de matérias orgânicas no fundo dos oceanos, mares, lagos e rios. Esses sedimentos orgânicos vão se acumulando gradativamente no fundo, as camadas mais profundas são comprimidas e expelem grandes quantidades de água. Essa matéria orgânica é conservada intacta ao longo do tempo e, dependendo do local de acúmulo, pode, no futuro, se transformar em petróleo.
A composição do petróleo é determinada pela sua localização geográfica, fonte de matéria-prima e história geológica, afetando as propriedades físico-químicas para cada poço. Como o óleo bruto possui vários componentes misturados, é necessário fazer a separação ou fracionamento desses compostos, o chamado refino do petróleo, realizado através de processos físico-químicos, resultando em frações de derivados que são processados e industrializados em produtos utilizados direta ou indiretamente pela sociedade.
Dentre das frações do petróleo, podemos ressaltar a aplicação industrial dos alcanos (compostos orgânicos de cadeia aberta constituídos apenas por átomos de carbono e hidrogênio, desprovidos de insaturação). Uma das frações dos alcanos é o Gás Liquefeito do Petróleo (GLP), conhecido popularmente como “gás de cozinha”, utilizado como combustível doméstico. As outras principais aplicações desse gás são combustível industrial, matéria-prima para petroquímica, obtenção de gasolina de aviação e veículo propelente para aerossóis.
Vale ressaltar que o GLP é gás quando extraído do petróleo e, no botijão, se encontra na forma líquida, devido à alta pressão a que os dois componentes (propano e butano) são submetidos. Esses dois compostos não possuem odor, portanto, por medida de segurança, é adicionado mercaptano, que possui enxofre na sua estrutura, deixando-o com cheiro característico.