Uso de jaleco por estudantes e profissionais de saúde exige cuidado redobrado

Uso de jaleco por estudantes e profissionais de saúde exige cuidado redobrado
Publicado em 24 de setembro de 2010

Na Univiçosa, professores e alunos usam jaleco corretamente

O jaleco branco, apontado e recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como item de proteção individual pelos profissionais e estudantes da área, pode ser fonte de contaminação. Estudo realizado por duas alunas da PUC/SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) revelou que 95,83% das amostras pesquisadas estavam contaminadas.

Um dos micro-organismos encontrados nos jalecos foi o Staphilococcus aureus, principal agente causador de infecções hospitalares. O estudo foi feito pelas estudantes Fernanda Dias e Débora Jukemura, orientadas pela Professora Maria Elisa Zuliani Maluf, após constatarem que alunos e residentes do Hospital Escola de Sorocaba freqüentavam bares e restaurantes vizinhos sem tirar os jalecos. Elas compararam a microbiota, ou seja, a população de micro-organismos de determinado ecossistema, presente nos jalecos, especialmente na região do punho, e na pele dos usuários, com a microbiota presente na pele de não usuários dos jalecos.

Os micro-organismos sobrevivem entre dez e 98 dias em tecidos, como algodão e poliéster.

Para a Nutricionista Luiza Carla Vidigal Castro, Gestora do Curso de Nutrição da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, mantida pela Univiçosa, é essencial adotar cuidados na utilização correta dos jalecos. “Para evitar doenças como infecções alimentares, é preciso atenção. Nas aulas da Univiçosa, por exemplo, o aluno é orientado a não usar o mesmo jaleco de aulas práticas de microbiologia em outras práticas que envolvam a manipulação de alimentos com posterior consumo, como, por exemplo, aulas de técnica dietética ou tecnologia de alimentos, pois bactérias manipuladas nas aulas de microbiologia podem ser transportadas pelos jalecos e contaminar os alimentos”, diz.

O Farmacêutico Marcos Rodrigo de Oliveira, Gestor do Curso de Farmácia da Univiçosa, completa: “O uso de jalecos é muito comum dentro de laboratórios e, não raras vezes, podemos vê-los nos corredores das faculdades e mesmo em restaurantes. Porém temos que fazer uma distinção: onde o jaleco foi usado? Dentro de um laboratório, onde esteve em contato com micro-organismos nocivos ou, por exemplo, por um professor em sala de aula, como uniforme? Alguns professores utilizam o jaleco exclusivamente para aulas teóricas, o que torna esse traje como qualquer outro, não exigindo maiores cuidados, sendo comparados às roupas do dia-dia. Por outro lado, quando um profissional ou um aluno utiliza o jaleco em laboratórios e depois transita com ele em outros ambientes, pode sim veicular patógenos, como demonstrou o estudo”.
 


Fonte: https://academico.univicosa.com.br/uninoticias/acervo/1594f223-b2e1-4208-9490-58a59aa8dc5a