Eduardo Vicente do Prado: Engenheiro Agrícola, Mestre em Engenharia Agrícola. Professor das disciplinas de Hidráulica e Hidrologia dos cursos de Engenharia Ambiental e Engenharia Civil da Univiçosa
A hidrologia pode ser definida como a ciência dedicada ao estudo das águas. Ela estuda a ocorrência de água em determinados locais, sua circulação através do Ciclo Hidrológico, suas propriedades químicas e físicas e fenômenos interativos que ocorrem entre a água e o meio ambiente como: escoamento superficial, infiltração de água no solo, evaporação, dentre outros. Praticamente, não há uma atividade humana que não use água como um importante constituinte.
Em “Hidrologia: ciência e aplicação. Porto Alegre: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ABRH), 2000”, C. E. M. Tucci afirma que a “Hidrologia é uma ciência interdisciplinar que tem tido evolução significativa em face aos problemas crescentes, resultado da ocupação das bacias hidrográficas, do incremento significativo da utilização da água e do resultante impacto sobre o meio ambiente do globo terrestre.” Assim, profissionais de diferentes áreas como engenheiros, agrônomos, geólogos, matemáticos, estatísticos, geógrafos, biólogos, entre outros, podem atuar nas diferentes subáreas dessa ciência.
Os engenheiros ambientais e civis não podem evitar o confronto de problemas causados pelas chuvas e seu consequente escoamento e transporte de sedimentos. Parte dos mais antigos esforços da humanidade concentrou-se na velha batalha com as forças da natureza em forma de água. Por muito tempo em nossa história, os engenheiros e seus antecessores lidaram com os problemas da água utilizando várias soluções empíricas, ou seja, qualquer coisa que parecesse dar certo. Recentemente é que esforços tomaram uma forma sistemática de leis e fórmulas quantitativas, segundo J. E. Gribbin em “Introdução à hidráulica, hidrologia e gestão de águas pluviais” (Cengage Learning: São Paulo, 2012).
As pessoas começaram a manipular água em grande escala em resposta à necessidade de irrigação, na antiga sociedade agrária. O primeiro projeto de irrigação conhecido em grande escala foi realizado no Egito, aproximadamente há 5 mil anos atrás. Nos milênios seguintes, muitos outros projetos de águas surgiram no Mediterrâneo e no Oriente.
O papel dos engenheiros ambientais e civis, em conexão com os vários efeitos diversos da água, pode ser agrupado em três categorias principais: controle de inundações; recursos hídricos; e qualidade da água.
No Brasil todos os anos há notícias sobre os desastres causados por enchentes, inundações, deslizamento de encostas, todos causados por influência da água. Segundo o Worldwatch Institute (WWI), existem mais desabrigados no mundo em consequência de desastres naturais do que por conflitos de guerra. Na década de 90, as catástrofes naturais afetaram mais de 2 bilhões de pessoas, causando prejuízos superiores a US$ 608 bilhões, em todo o mundo, perda maior do que nas 4 décadas anteriores. Porém, cada vez mais, a devastação provocada por estes desastres naturais é de origem “desnatural”, devido a práticas ecologicamente destrutivas e a um número cada vez maior de pessoas residindo em áreas de risco.
Por motivos, como os citados anteriormente, é que o estudo da hidrologia se faz importante para o engenheiro ambiental e o engenheiro civil. Porque são esses profissionais que atuam especificamente na construção de estruturas nas mais diversas topografias e na interação entre a água e o solo. Os engenheiros civis trabalham com água onde quer que ela afete as estruturas e a infraestrutura da civilização. Os engenheiros ambientais são os responsáveis pelo tratamento adequado da qualidade das águas, projeto e execução de obras hidráulicas, gestão dos recursos hídricos, entre outros. Desta maneira, estudantes de engenharia ambiental e civil atenção à disciplina de hidrologia.
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