Sérgio Domingues, Professor dedicação integral. Coordenador do Núcleo de Apoio Psicopedagógico. Coordenador do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos "Sylvio Miguel".
Nos últimos dias tem repercutido o texto publicado pelo Sr. Jerry Beall intitulado "Is SciELO a Publication Favela?" O texto, além do óbvio tom pejorativo do título, está recheado de colocações infelizes e que denotam uma visão colonialista e desconhecimento acerca da produção científica Iberoamericana.
Neste texto e no debate que se segue o autor traça críticas muito duras a plataforma SciELO, sabidamente uma das principais plataformas utilizadas por revistas científicas brasileiras. O tom é sempre de que trata-se de um espaço desqualificado, o que certamente não procede, uma vez que a SciELO é uma plataforma criada como resultado de pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), em parceria com a BIREME (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) e apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A ideia defendida é que as publicações brasileiras e de outros países da América Latina não devam figurar entre as publicações de primeira linha, como explicitado nas palavras de Shirley Ainsworth "I am not convinced that the inclusion of Brazilian and other Latin American journals on 'top scholary publisher sites' is any panacea".
Por traz desse debate existem duas situações perigosas: 1) que se pague para ter artigos publicados em plataformas criadas por empresas (um artigo pode custar até um mil dólares para ser publicado); 2) a outra questão é a tentativa de desqualificar a produção científica brasileira e Iberoamericana.
Nós do Núcleo de Pesquisa e Extensão – NUPEX da UNIVIÇOSA nos posicionamos favoravelmente ao documento publicado por Cristina Facchinetti Coordenadora da Rede Iberoamericana de Pesquisadores em História da Psicologia - RIPeHP, da qual nos tornamos signatários e que pode ser acessada no site.
Somos favoráveis à disseminação do conhecimento, sem custos, o que possibilita um acesso democrático a produção científica dos países de língua espanhola e portuguesa.