Jaqueline Carrara Folly Valente, Enfermeira Obstetra, Especialista em “Ginecologia e Obstetrícia”: Professora do Curso de Enfermagem da UNIVIÇOSA
A obesidade é um dos maiores desafios de saúde pública do século 21. O problema afeta muitos países, especialmente os economicamente desenvolvidos, e é mais grave quando se fala em obesidade infantil. Conforme dados da Iniciativa de Vigilância da Obesidade Infantil, da Organização Mundial da Saúde, em todo o mundo, um terço das crianças na faixa etária de 6 a 9 anos está obesa ou encontra-se acima do peso. No Brasil, o Ministério da Saúde afirma que uma a cada três crianças sofrem com a obesidade.
A obesidade não é mais um problema estético; o excesso de peso pode provocar o surgimento de vários problemas de saúde, dentre os quais o diabetes e doenças crônico-degenerativas não transmissíveis. É consenso que a obesidade vem aumentando de forma significativa, implicando várias complicações tanto na infância e na idade adulta. Quando a criança ingere mais alimentos do que precisa, seu corpo armazena as calorias extras em células adiposas para usar como energia mais tarde. Se esse hábito permanecer com o decorrer do tempo e seu corpo não precisar dessa energia armazenada, ela desenvolve mais células adiposas e pode desenvolver obesidade. As crianças são cercadas por muitas coisas que facilitam comer demais e dificultam serem ativas: assistir televisão, jogar vídeo game e brincar no computador, ocorrendo uma diminuição do gasto calórico diário devido a uma importante diminuição da taxa de metabolismo de repouso. Com a atividade física, o indivíduo tende a escolher alimentos menos calóricos e diminui a ingestão alimentar. A criança deve ser estimulada e motivada a manter-se ativa, prática que deve ser incorporada preferencialmente por toda família.
Segunda a Academia Americana de Pediatra, dois passos para o tratamento da obesidade infantil são fundamentais: supervisão da saúde; e apoio geral. No entanto, os programas escolares em educação em saúde são, no momento, a estratégia mais eficaz para reduzir problemas de saúde pública relacionados com estilo de vida sedentário e padrão alimentar errôneo.
Como prevenção da obesidade infantil, deve-se atentar para avaliação e monitoramento de peso da gestante durante o pré-natal, bem como a avaliação e acompanhamento do crescimento fetal intrauterino. Outro fator de contribuição é o estímulo ao aleitamento materno, além de se evitar o consumo de alimentos com grande quantidade de açúcar e gordura logo no primeiro ano de vida.
Para que esse quadro seja revertido, tornam-se necessárias intervenções de responsabilidade no setor público, privado e da sociedade para evitar que continue havendo crescimento do número de crianças obesas.
Saber o que é necessário para emagrecer não apresenta maiores dificuldades após algum tempo de prática. Querer, dever e poder emagrecer são questões imensamente mais complexas e exigem grande investimento emocional, intelectual e físico.